Charges e Memes na divulgação Científica
20 de Fevereiro de 2018 at 7:11 Deixe um comentário
Autora: Camila Sant’anna dos Santos,
doutoranda em Biologia Comparada – PGB UEM.
A universidade possui três pilares de sustentação: pesquisa, ensino e extensão. A extensão é a parte responsável pela divulgação científica, que pode ser feita através de diversos meios e tem como objetivo dar um retorno para a população do que é feito dentro da academia. É importante que a divulgação científica consiga transpor a linguagem especializada das pesquisas para uma linguagem não especializada, com o objetivo de tornar o conteúdo acessível ao maior número de pessoas possível. Dentro das diversas formas de divulgação, como revistas, programas de televisão, feiras acadêmicas, panfletos, aplicativos de celular, filmes e etc, estão as charges e, mais recentemente, os memes.
As charges classicamente são feitas por um desenho único, normalmente representado através de caricaturas, podendo conter ou não legendas ou balões, que são veiculados pela imprensa e tratam de algum conhecimento atual, classicamente com críticas, focando em um ou mais personagens envolvidos. No exemplo abaixo uma Charge clássica de 1870, envolvendo Charles Darwin e a polêmica da teoria da Evolução, onde o pesquisador é representado com corpo de macaco, num deboche à afirmação de que a espécie humana teria evoluído a partir dos macacos.
Mais comum nas redes sociais do que as charges, os “memes” são muito mais antigos do que imaginamos. O termo foi usado pela primeira vez em 1976 pelo biólogo Richard Dawkins no seu livro “ O gene egoísta” para ilustrar a porção mínima e de rápida replicação da memória, numa analogia ao conceito de gene. Posteriormente o termo foi adotado para identificar imagens simples que se multiplicam rapidamente pela internet. Essas imagens possuem os mesmos pressupostos da charge de tratar de maneira divertida uma crítica a qualquer situação cotidiana, e também pode ser usado como forma de divulgação científica aliando o humor ao conteúdo. Como exemplo, o “meme” abaixo traz uma figura de duas moléculas dos hormônios estrogênio (conhecido como hormônio feminino) e testosterona (hormônio masculino) e faz uma alusão a estabilidade da ligação entre as moléculas que compõem cada uma delas.
No Rio de Janeiro, a Universidade Federal Fluminense criou o primeiro museu de memes do país, que reúne um acervo imenso sobre todos os conteúdos relacionados ao assunto, organizado em categorias para facilitar a pesquisa. O museu, além das exposições também promove debates e grupos de estudo sobre o tema.
Para saber mais: http://www.museudememes.com.br
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