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Porque as articulações estalam?

Carmem Patrícia Barbosa Lopes

Fisioterapeuta.  Professora Doutora do Departamento de Ciências Morfológicas da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e do UniCesumar.

Enquanto alguns se sentem aliviados com o estalar de suas articulações, outros se sentem incomodados ao ouvir o “creck” característico do estalar dos dedos ou do pescoço do colega ao lado. No entanto, todos sempre se questionam: Por que as articulações estalam? Será que estalar os dedos engrossa a articulação, como diz minha mãe? Será que estalar a coluna põe mesmo as vértebras “no lugar”? Para responder a estas e outras questões, precisamos primeiro entender a constituição das principais articulações do corpo, as chamadas articulações sinoviais.

 Elas são muito móveis, revestidas por uma capa de tecido conjuntivo (chamada cápsula articular) cuja face interna (a membrana sinovial) produz o líquido sinovial que é lançado em seu interior. A superfície dos ossos que se articulam é revestida por uma cartilagem que ajuda a proteger os ossos do atrito causado pelo movimento articular, como pode ser observado na imagem abaixo.

Várias teorias tentam explicar por que as articulações estalam. A primeira delas afirma que o barulho se deve ao fato de que a cápsula articular é relativamente rígida, como um plástico duro que faz barulho ao ser comprimido (imagine uma garrafa pet sendo amassada).

Outra teoria afirma que, quando o tendão se desloca (tendão é um tecido fibroso que liga os músculos a outras estruturas anatômicas), ele passa por dentro de uma espécie de túnel que o protege. Quando se comprime a articulação para que ela seja estalada, ocorre um grande atrito entre o tendão e as paredes desse túnel causando o barulho característico do estalido.

Alguns afirmam que o barulho decorre da diminuição da quantidade de líquido sinovial nas articulações o que causa certo atrito entre as cartilagens articulares. Por fim, a teoria que mais apresenta estudos científicos comprobatórios é a que afirma que o estalido articular se deve a um deslocamento de gases diluídos no líquido sinovial os quais formam bolhas dentro da articulação (chamado “fenômeno de cavitação”).

Roston e Haines, em 1947, foram os primeiros pesquisadores a investigar por que as articulações faziam barulho quando comprimidas. Eles realizaram um experimento tracionando os ossos das mãos e observaram que, conforme a tensão de afastamento aumentava, aumentava também a distância entre os ossos e mesmo após o estalido, esta distância ficava ainda grande com formação de bolhas de gases dentro do líquido sinovial quando a pressão local era reduzida.

As pesquisas de Roston e Haines foram confirmadas por Unsworth e colaboradores os quais, em 1972 evidenciaram que, após o estalo articular, o espaço entre os ossos das articulações aumentava e só voltava ao normal depois de 15 minutos. A maior parte do gás diluído no líquido sinovial é dióxido de carbono (80%) o qual, após o estalo, demora aproximadamente 30 minutos para se dissolver no líquido sinovial. Curiosamente, este intervalo é bem próximo ao tempo necessário para que a articulação possa ser estalada novamente.

Além disso, em 1988 Mierau e colaboradores descobriram que, após o estalo, as articulações apresentam uma escala significativamente maior de movimento. Isso indica que o fenômeno sonoro está associado a um aumento temporário na amplitude de movimento de uma articulação.

Por isso, algumas técnicas de manipulação (como a osteopatia, por exemplo) usam o estalido articular em algumas de suas práticas. No entanto, tal técnica é aplicada por profissionais qualificados que se submetem a um programa de treinamento contínuo para poder “por a coluna no lugar”. Assim, este hábito não pode ser realizado por pessoas leigas, pois podem piorar um quadro de uma hérnia de disco, por exemplo.

Mais pesquisas precisam ser feitas para identificar com precisão por que as articulações estalam. No entanto, não podemos nos esquecer de que às vezes o estalido articular pode estar associado a alguma disfunção articular e, por isso, necessitam de maior atenção. Este é o caso, por exemplo, de estalidos que são acompanhados de dor ou frouxidão dos ligamentos. Do contrário, tal hábito não é prejudicial e não engrossa as articulações desde que a dor seja o limite.

Desta forma, para manter as articulações funcionando por muito tempo, é importante manter uma vida saudável. Uma boa dica é não deixar que o peso corpóreo ultrapasse o valor ideal para sua altura, alimentar-se bem e praticar exercícios físicos moderados com tênis apropriado (os melhores devem ter amortecedores para diminuir o impacto do peso corpóreo sobre as articulações). Tais práticas simples poderão ajudar você a manter suas articulações sempre saudáveis por muitos anos, pois afinal…saúde é mesmo o que interessa!

15 de Maio de 2013 at 9:40 7 comentários

Artrose

Acadêmica de Medicina Fernanda Ochoa Gerlin

Profª Drª  Tania Soares

O que é a Artrose?

Também chamada de osteoartrite, a artrose é  uma doença crônica degenerativa das articulações (“juntas”) móveis, sobretudo do quadril, joelho, vértebras (que suportam mais peso) e mãos e que se caracteriza basicamente por degeneração progressiva e perda da cartilagem que recobre as articulações, além de esclerose (degeneração) do osso adjacente. Próximo das bordas articulares ainda podem ser encontradas proeminências ósseas chamadas de osteófitos.

Quais são os fatores de risco?

1. Hereditariedade
2. Fatores Hormonais
3. Obesidade
4. Alterações de massa óssea
5. Hipermotilidade (maior stress articular)
6. Doenças Metabólicas
7. Macrotraumas
8. Traumas Repetitivos Localizados
9. Sobrecargas Esportivas
10. Uso Inadequado de Aparelhos de Musculação
11. Alteração da Biomecânica Normal da Articulação

Quais são os sinais e sintomas da artrose?

A artrose pode não ter sintomas. Mas em alguns casos pode apresentar sintomas como restrição dos movimentos das “juntas” e dor, particularmente nos quadris, joelhos e dorso. Em geral, não há vermelhidão ou calor local ou hipersensibilidade, embora possa haver inchaço. Pode haver crepitações (atritos); derrame intra-articular; atrofia muscular periarticular; enrijecimento da articulação; instabilidade articular; rigidez após inatividade (tempo parado); perda de movimento; sensação de insegurança ou de instabilidade; limitação funcional; incapacidade.

Como prevenir a artrose?

Manter uma dieta equilibrada com controle do peso corporal, equilíbrio e controle hormonal, controle do diabetes, orientação esportiva correta, uso de calçados adequados, correção de posturas, são medidas úteis e que podem ser adotadas precocemente.

14 de Agosto de 2012 at 10:02 1 comentário


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