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Barbara McClintonck: uma gigante da genética

Por: Suellen Lais Vicentino Vieira

Doutoranda do Programa de Biociências e Fisiopatologia – PBF – UEM

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Mulher, mulher, santa mulher de cada dia, símbolo de beleza como Marilyn Monroe, ternura e bondade como Zilda Arns. O que seria do mundo sem sua presença, mesmo sendo considerado o sexo frágil? Se pensarmos na história sempre irá observar uma imagem feminina por traz de algo importante, como a de Barbara McClintock. O que, você não a conhece? Pois bem vamos aos fatos. Barbara nasceu em Nova York em 1902, foi uma figura importante na área de botânica e especialista em genética. Fez descobertas dos elementos genéticos móveis nas décadas de 1940 e 1950. Recebeu o prêmio Wolf de Medicina em 1981 e o Nobel de Fisiologia/Medicina em 1983, pela descoberta do fenômeno conhecido como transposição genética, além de outros prêmios, honra ao mérito e condecorações.

 Em um mundo tão masculinizado onde a figura do homem predomina no hall da fama das grandes descobertas, para esta pesquisadora não existiam barreiras.  Barbara ingressou na faculdade em 1919, mesmo com objeção da mãe, pois considerava que a filha ao estudar iria ter dificuldades para se casar, “crendices da época” ! Incentivada pelo pai, ingressou nos estudos recebendo o grau de Bachelor of Science em botânica em 1923. Especializou-se em genética e fez contribuições de extrema importância à ciência, garantindo seu podium dos “Nobéis” da vida! Barbara desenvolveu formas de corar e caracterizar cromossomos do milho, que eram completamente desconhecidos na época. Ao estudar a morfologia dos cromossomos, foi capaz de ligar grupos cromossômicos específicos de características que foram herdados em conjuntos além de diversas outras pesquisas e descobertas na área que contribuíram para o avanço cientifico.2

Barbara McClintock com certeza é um exemplo de determinação e caráter a ser seguido, e sendo considerada um dos pilares da genética ao lado de Mendel e Morgan. Despertada pelo prazer de saber, dedicou anos de sua vida a pesquisas científicas e a descobertas de grande impacto.

21 de Março de 2014 at 20:51 Deixe um comentário

Homenageando uma grande mulher

Por: Luana Gabriella

Acadêmica de Biomedicina da Universidade Estadual de Maringá

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Você já ouviu falar da Dra. Graziela Maciel Barroso?

Se não, você deve estar se perguntando o porquê escolhemos essa mulher para o texto de homenagem ao dia da mulher. Pois então vamos apresentá-la a você e depois entenderá quão grande ela foi.

Graziela Maciel Barroso nasceu dia 11 de abril de 1912. Sua vida como mulher e mãe começou bastante cedo, aos 16 anos se casou com o agrônomo Liberato Joaquim Barroso, teve o primeiro filho aos 18, a filha aos 19 e aos 37 anos ficou viúva. A sua vida de pesquisadora foi compartilhada com a da mulher, dona de casa e mãe.

Em 1945, antes mesmo de obter o título de bacharel em 1961 pela Universidade do Estado da Guanabara, prestou concurso para o cargo de naturalista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Foi a primeira mulher a concorrer a este cargo, no qual foi aprovada em segundo lugar.2

 Em 1950, Graziela ingressou como sócia efetiva na Sociedade Botânica do Brasil.  Em 1973 obteve o título de Doutora pela Universidade Estadual de Campinas. Exerceu atividade de chefe da Seção de Botânica Sistemática e Curadora do Herbário do Jardim Botânico,  onde incrementou o intercâmbio científico com outras instituições nacionais e estrangeiras. Foi professora de Botânica e Chefe do Departamento de Biologia Vegetal da Universidade de Brasília desde sua criação até 1969.

Exerceu docência e orientação nos cursos de pós-graduação em Botânica da UFRJ, UFPR, Unicamp e UFPE, tendo orientado 60 dissertações de mestrado e 15 de doutorado. Ministrou 75 cursos de especialização ou extensão em Universidades e/ou instituições de pesquisas brasileiras e proferiu 112 conferências e palestras.  Sua grande e regular produção científica consistiu em mais de 65 artigos em periódicos especializados, predominantemente no campo de Sistemática Vegetal, tratando principalmente das famílias botânicas Araceae, Compositae, Dioscoriaceae, Leguminosae e Myrtaceae e 4 livros como autora principal.3

Entre as muitas homenagens recebidas destacam-se:

1)     4 Condecorações: Medalha de Mérito D. João VI, Comemorativa do Sesquicentenário da Fundação do Jardim Botânico do RJ (1958), o Titulo de Cidadã do Estado do RJ, concedido pela Assembléia Legislativa do Estado do RJ (1980), Grau de Cavaleiro da Ordem Nacional do Mérito Educativo do Ministério da Educação e Desportos, as Insígnias e o Diploma da Ordem Nacional do Mérito Científico, na Classe Grã-Cruz;

 2) Áreas de instituições de pesquisa com o seu nome, como o Herbário ‘Graziela Barroso’ fundado em 1977 na Universidade Federal do Piauí, o ‘Pavilhão Graziela Maciel Barroso’ (1989) na Área de Botânica Sistemática do Jardim Botânico do RJ, casa de vegetação ‘Graziela Barroso’, na Fundação Sitio Roberto Burle Marx;

3) Um gênero de plantas e 30 espécies descritas em alusão ao seu nome. Em julho de 99, no Congresso Internacional de Botânica, realizado em St.Louis, (USA) recebeu a medalha ‘Millenium Botany Award’.

Foi homenageada também por muitas turmas de formandos em cursos de graduação como paraninfa ou patronesse. Seu livro “Sistemática de angiospermas do Brasil” é uma referência internacional sobre o assunto, sendo adotado em todas as universidades brasileiras. Eleita para a Academia Brasileira de Ciência, sua posse estava marcada para o dia 4 de junho de 2003, mas faleceu no dia 5 de maio daquele ano.

Graziela foi uma grande mulher, que até os dias de hoje ensina muitos jovens, mesmo que sendo por livros e por pesquisas realizadas. Uma mulher que dedicou-se totalmente ao mundo da pesquisa, sabendo que todo o esforço seria recompensado. Hoje graças a essa pesquisadora temos conhecimento e informações importantíssimas para o desenvolvimento da ciência na área da Botânica.

Obrigado Graziela, Obrigado por ter sido essa grande Mulher.

15 de Março de 2014 at 20:03 1 comentário


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