Posts tagged ‘maringa’

CUIDADO: Metais Pesados!

Cristina Lorena Massocatto

Doutoranda em Biociências Aplicadas à Farmácia e bolsista PPG

01Os metais pesados correspondem a um grupo de elementos químicos que podem causar doenças nos seres humanos. Atualmente, o maior problema é decorrente da exposição ocupacional, ou seja, quando o contato ou a ingestão dessas substâncias ocorre no trabalho. Por outro lado, outras formas de contato são comuns e passam de forma “despercebida” ou “esquecida” pela maioria das pessoas. Os metais pesados podem estar presentes no ar, na água, em produtos cosméticos e de higiene e até mesmo em alimentos.

Nosso organismo tem necessidade de pequenas quantidades de alguns desses metais, como é o caso do cobre, que nos ajuda a absorver vitamina C. Porém, em grandes quantidades, estes componentes se acumulam em nosso organismo causando diversos sintomas. Entre os elementos que causam graves distúrbios ao organismo quando absorvidos, podem ser citados o arsênio, o chumbo, o mercúrio e o cádmio.

Arsênio

Encontra-se na água, solo e vegetais. Pode ser concentrado por organismos marinhos e depositado em grandes volumes em rochas sedimentares ou ainda liberado como gás.

Provoca graves doenças cardiovasculares, renais, intestinais e até a morte.

Chumbo

Encontra-se em cosméticos, remédios caseiros, água, cigarro, pescados,  placas de baterias elétricas e acumuladores, , esmaltes, vidros, componentes para borracha, tintas.

Provoca distúrbios neurológicos (dores de cabeça, convulsões, delírios e tremores musculares), gastrointestinais (vômitos e náuseas) e renais. Elevadas concentrações de chumbo podem levar à morte.

Mercúrio

Encontra-se em pescados,  mineração de ouro, minas de mercúrio, fábricas e recicladoras de lâmpadas fluorescentes, fábricas de termômetros, refinarias, clínicas dentais e fábricas de pilhas.

Quando absorvido, o mercúrio pode causar danos neurológicos e respiratórios, disfunções renais e gastrointestinais, distúrbios visuais, perda de audição, tremores musculares, paralisia cerebral e até a morte.

Cádmio

Encontra-se em atividades de mineração, produção, consumo e disposição de produtos que utilizam cádmio (baterias de níquel-cádmio, pigmentos, estabilizadores de produtos de PVC,  ligas de cádmio e componentes eletrônicos), cimento e fertilizantes fosfatados.

Pode causar intoxicação aguda ao corpo humano, sendo que seus efeitos mais marcantes são os distúrbios gastrointestinais (dores abdominais, náuseas e vômitos) e paralisia renal.

 

MAS CALMA, NÃO SE DESESPERE! Tem tratamento! Em casos menos graves, alguns cuidados adicionais, como se afastar da fonte de intoxicação, podem aliviar os sintomas. Mas claro, o tratamento sempre é definido por um médico.

Agora que já sabemos um pouco mais sobre os riscos que os metais pesados oferecem a saúde humana, é de fundamental importância ficarmos atentos ao manipularmos ou entrarmos em contato com materiais e locais conhecidamente contaminados, afinal A PREVENÇÃO SEMPRE SERÁ O MELHOR REMÉDIO.

29 de Abril de 2013 at 8:34 Deixe um comentário

Você sabia que o HPV é o responsável pelo câncer de colo do útero?

Raquel Pantarotto Souza

Natália Malaguti

HPV é a sigla para Papilomavirus Humano, e vem do inglês Human Papillomavius. Este vírus pode infectar a pele e mucosas de seres humanos, e apesar de atingir ambos os sexos, é nas mulheres que ele causa maior transtorno.

Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV, dos quais, aproximadamente 40 infectam o sistema genital de homens e mulheres.  Estes são divididos em HPV de alto e baixo risco, de acordo com seu potencial em causar o câncer de colo do útero. Somente os de alto risco estão relacionados a tumores malignos, ou seja, cancerígenos.

Dos HPVs de alto risco, 2 tipos  são os responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero (são chamados laboratorialmente de HPV 16 e 18). Dos de baixo risco, dois (principalmente os HPVs 6 e 11), provocam 90% das verrugas genitais, que são altamente contagiosas e de difícil tratamento, porém não estão relacionadas ao câncer.

É preciso ficar atento, porque a infecção pelo HPV é adquirida por meio de contato sexual. Se uma pessoa toca (com as mãos, boca ou genitais) os órgãos genitais de outra pessoa infectada, ela poderá adquirir o vírus. A contaminação por objetos, embora possível, é raríssima. Ou seja, usar toalhas de outras pessoas, sentar no vaso sanitário, ou usar roupas intimas de uma pessoa contaminada com HPV pode levar a contaminação, mas como dito anteriormente, é raríssimo! A melhor prevenção é o uso de camisinha nas relações sexuais.

As manifestações mais comuns na região genital são as verrugas ou Condiloma acuminado, popularmente conhecidas como “crista de galo”. Mas podem ocorrer lesões que não apresentam nenhum sintoma, podendo progredir para o câncer de colo do útero caso não sejam tratadas precocemente.

O diagnóstico se dá através do exame citológico (exame preventivo de Papanicolau). Este identifica alterações celulares causadas pelo vírus. Quando estas alterações são detectadas, o médico utiliza outros métodos para a confirmação do diagnóstico, como a colposcopia (um exame ginecológico que utiliza um microscópio, o colposcópio, que aumenta em até 40x o colo do útero) e a biopsia. Por isso, é importante da visita anual ao ginecologista. Diversos tipos de tratamento podem ser oferecidos (tópico, com laser, cirúrgico). Só o médico, após a avaliação de cada caso, pode recomendar a conduta mais adequada.

A melhor maneira de evitar essa infecção é através da prevenção!!!

24 de Abril de 2013 at 8:42 Deixe um comentário

Doar sangue é doar vida, e doar medula óssea?

Josiane Bazzo de Alencar, Camila Rodrigues

Mestrandas do Programa de Biociências Aplicadas à Farmácia (PBF) – UEM

Todos já ouvimos as frases “doar sangue é doar vida” ou “doar órgão é doar vida” nas campanhas de saúde. Porém, não nos atemos ou desconhecemos a importância da doação de medula óssea. Em alguns casos de câncer de medula óssea, o tratamento com medicamentos é eficaz, porém algumas pessoas desenvolvem resistência ao tratamento. Neste caso, então, a opção é o transplante de medula óssea.

A medula óssea é um tecido que ocupa o interior dos ossos e é conhecido popularmente como “tutano” nos animais. É o local de fabricação das hemácias, leucócitos e plaquetas. As hemácias são células vermelhas do sangue responsáveis por distribuir o oxigênio por todo o organismo humano. Os leucócitos são as células brancas do sangue, e fazem parte da linha de defesa do corpo ao evitar a instalação de muitas infecções. E as plaquetas, são fragmentos de células, fazem parte da coagulação sanguínea, processo que evita o sangramento excessivo em casos de ferimentos. Quando uma pessoa desenvolve alguns tipos de câncer (leucemia, linfoma ou tumores na medula), estas células deixam de funcionar normalmente e se multiplicam de forma desordenada. Os pacientes, então, passam a ter sintomas clínicos que se tornam agravados com o passar do tempo, e podem evoluir para a morte. Na maioria dos casos em que ocorre o diagnóstico precoce do câncer, o tratamento medicamentoso é eficaz. Porém, quando o diagnóstico é tardio e a doença está em uma fase avançada ou se o paciente passa a não responder ao tratamento, sua medula precisa ser substituída por outra saudável. Este procedimento pode ser realizado através do transplante de medula óssea.

Como ser um doador de medula óssea? É preciso ter boas condições de saúde e ter entre 18 e 55 anos. O Hemocentro é o setor responsável pela coleta de dados pessoais e de uma amostra de sangue, que será encaminhada ao Laboratório de Imunogenética. Os dados da análise serão registrados em um banco de dados de doadores em nível nacional chamado de REDOME – Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. A chance de encontrar uma medula saudável de um doador compatível com o paciente é, em média, de uma em cem mil! Por isso, quanto mais pessoas se cadastrarem, maiores serão as chances de se encontrar um indivíduo compatível que irá salvar a vida de um paciente com câncer.

Caso haja compatibilidade genética entre o indivíduo cadastrado e o receptor, outros exames de sangue serão necessários. E, quando confirmada a compatibilidade, o centro de saúde irá entrar em contato com este indivíduo para que ele confirme sua posição de doador voluntário e posteriormente seja encaminhado ao procedimento clínico de retirada da medula óssea. A doação é um procedimento que se faz em um centro cirúrgico sob efeito de anestesia. A medula é retirada de ossos da bacia com o auxílio de agulha. Esta retirada não causa comprometimento à saúde do doador. Pode haver desconforto no local do procedimento nos primeiros dias após a doação; entretanto, repouso e o uso de analgésico amenizam os sintomas. Para o doador, a doação poderá ser um incômodo passageiro, mas para o receptor, poderá ser uma renovação da vida.

Em 2012, após a divulgação do vídeo de incentivo à doação de medula óssea, realizado por pacientes em tratamento de câncer, pais e funcionários do Hospital Nossa Senhora das Graças de Curitiba-PR, aumentou o cadastro de doadores no hospital em 180%, passando de 180 para mais de 500 doadores por mês (informações do jornal O Estado de S. Paulo).

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=ihGCj5mfCk8

Apesar do número crescente de cadastros no Paraná no ano passado, é preciso que a sociedade se conscientize a respeito da importância da doação de medula óssea e continue ajudando os pacientes que precisam da medula saudável para sobreviver, pois doar medula é também doar vida.

10 de Abril de 2013 at 8:33 1 comentário

Homem-Aranha ou Homem-Inseto?

Cynthia Priscilla do Nascimento Bonato Panizzon

Doutoranda Programa Biologia Comparada

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Apesar dos insetos formarem a maior classe do Reino Animal com mais de 800 mil representantes, as aranhas não fazem parte desse grupo. E você sabe o por quê? Se não, é hora de saber!!! As aranhas pertencem à classe dos aracnídeos a mesma dos escorpiões, ácaros e carrapatos. Classe? Como assim classe? Estão na escola? Nããããããão, é que para facilitar o estudo, cientistas da área de biologia os dividem em grupos, de acordo com características comuns. Estes grupos são chamados de classes.

Os animais da classe dos aracnídeos apresentam características básicas como às listadas abaixo e demonstradas na figura:

01 bQuatro pares de patas; Corpo dividido em cefalotórax e abdômen; Um par de apêndices modificado em quelícera; Um par de pedipalpo; Não apresentam mandíbula; Não possuem antenas e nem asas.

Já os insetos possuem:

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Três pares de patas; Corpo dividido em três partes distintas (cabeça, tórax e abdome); Mandíbula; Possuem antenas; Podem apresentar asas, quando presente possuem de 1 a 2 pares.

O cefalotórax é o agrupamento da cabeça e do tórax onde encontram-se os olhos, a quelícera o pedipalpo e as patas. Apesar das aranhas possuírem olhos sua visão é pouco desenvolvida. As quelíceras se encontram ao redor da boca e são estruturas que além de envolvidas na manipulação dos alimentos também serve para a injeção de peçonha (veneno). Já os pedipalpos estão localizados externamente a quelícera e servem, na maior parte das espécies para ajudar-las na alimentação e em algumas espécies encontram-se modificados como órgãos copuladores.

Outra característica das aranhas é a produção de seda. Assim como  material de construção a seda das aranhas tem um grande número de aplicações. Pode ser usada na construção de teias para capturar alimento, proteção dos ovos e também na edificação de abrigos.  Você já viu algum bicho grudado em uma teia? É que ela é coberta por uma substância grudenta. Assim, o inseto que voa desavisado pode esbarrar em uma delas e ficar preso em seus fios. Se isso acontecer, já era! Ele certamente será a próxima refeição da Dona Aranha. Outra utilização bem comum da seda é como cabo de segurança. Conforme as aranhas se movem de um lugar para outro, elas deixam um fio fino e seco atrás delas. Se ela ficar em perigo, pode rapidamente voltar pelo fio de teia.

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Como você pode observar as aranhas possuem bastantes características próprias e diferentes dos insetos. Sendo assim, da próxima vez que você assistir o Homem – Aranha você já pode informar aos seus colegas e ao próprio personagem que a aranha é um aracnídeo e não um inseto.

8 de Abril de 2013 at 8:41 2 comentários

Paracoccidioidomicose, o palavrão que preocupa

Isis Regina Grenier Capoci
Patricia Haddad
Programa de Biociências aplicadas á Farmácia

Soletre comigo, P-A-R-A-C-O-C-C-I-D-I-O-I-D-O-M-I-C-O-S-E… paracoccidioidomicose, que palavrão não é mesmo?

mudiMas além da dificuldade de ser pronunciada, o que muitos não sabem é que a paracoccidioidomicose (PCM) causada pelo fungo Paracoccidioides spp, para os íntimos paracoco, é uma  das micoses sistêmicas (que pode atingir todo o nosso organismo) mais importantes do Brasil, é a oitava causa de morte por doença infecciosa crônica, sendo um problema de saúde publica. Em nossa região a PCM está bastante presente, porém ela é muitas vezes confundida com outras doenças como a tuberculose (doença causada por bactéria). Por isso, deve-se “voltar os olhos” a essa doença e a esse fungo. É importante saber que o paracoco vive no solo das plantações, por isso as pessoas que trabalham na lavoura podem “respirar” o fungo junto com a poeira da terra. Depois de respirar o fungo, pode ser que nada aconteça, mas a pessoa pode ficar doente após algumas semanas, ou o fungo pode ficar “dormindo” no organismo e provocar a PCM depois de muitos anos.

O fungo pode atacar nosso corpo em vários locais, como pulmão, boca, garganta, pele e linfonodos (conhecidos como ínguas quando inflamados). Nas pessoas a PCM pode causar febre, rouquidão, tosse, “caroços” no pescoço ou virilha, emagrecimento, fraqueza e feridas na boca que não melhoram com medicamentos comuns. Para nossa sorte, a PCM não é transmitida de uma pessoa para outra, nem através de objetos pessoais e nem alimentos. UFAAAAA! Ela pode atingir cachorros, tatus e outros animais, mas também não é transmitida do animal para o homem. O médico poderá detectar se o indivíduo tem o paracoco ou não através de exames, já que ele aparece no escarro, ferida ou outra parte do corpo do paciente.

O tratamento da PCM pode ser realizado em casa, ou em casos mais graves no hospital. Mesmo apresentando melhora nos primeiros meses, NÃO SE DEVE ABANDONAR O TRATAMENTO E NEM DEIXAR DE IR AS CONSULTAS DO MÉDICO, POIS ISSO PODE AGRAVAR A DOENÇA E TORNAR A CURA MAIS DIFÍCIL. O médico e os exames laboratoriais que vão decidir quando se pode parar o tratamento.
Fiquem ligados, a paracoccioidomicose existe e merece nossa atenção!

3 de Abril de 2013 at 8:51 5 comentários

Ensino básico precário induz à impopularidade da ciência

Mario Donadon Leal

Graduado em Letras pela UEM – aluno de Metodologia da Popularização do Conhecimento Científico

023Se hoje nos defrontamos com a necessidade de desenvolver metodologias para a popularização do conhecimento científico, é porque precisamos apontar diretamente à ocorrência expressiva da impopularidade da ciência, ocorrência esta induzida pelos efeitos daquilo que Gaudêncio Frigotto, professor de Economia Política da Educação da Universidade Federal Fluminense, chama de “negação histórica ao efetivo direito (à) educação básica pública de qualidade”.

Ao analisar o caso específico do ensino médio, Frigotto nos apresenta os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad, 2011): “dezoito milhões de pessoas entre 15 e 24 anos estão fora da escola e 1,8 milhão, em idade de estar no ensino médio, não o estão frequentando. Na faixa de entrar na universidade (18 a 24 anos), 16,5 milhões de jovens, ou seja, 69,1% não estudam. Pode-se concluir que o Brasil não tem de verdade ensino médio.”

Frigotto tira esta alarmante conclusão em artigo, Ensino Médio e técnico profissional: disputa de concepções e precariedade, escrito para a edição brasileira do Le Monde Diplomatique, no qual desenvolve uma crítica às políticas de “precarização geral do ensino no país”, como diria Demerval Saviani. Segundo Frigotto, tais políticas afastam da educação básica a formação profissional; criando uma “dualidade estrutural que separa a formação geral da específica (…) − uma concepção que naturaliza a desigualdade social postulando uma formação geral para os filhos da classe dominante e de adestramento técnico profissional para os filhos da classe trabalhadora.” É assim que Frigotto nos indica a consequência mais cruel destas políticas, desenvolvidas por “investidores sociais” como as fundações Roberto Marinho e Itaú Social, entre outras, com o aval do Estado: a consequente degradação da “cidadania política”, impedindo o acesso popular aos “instrumentos de leitura da realidade social que permitam ao jovem e ao adulto reconhecer seus direitos básicos, sociais e subjetivos e lhes confiram a capacidade de organização para poder fruí-los.” Aos que desejam conhecer as razões e conclusões de Frigotto, acessem o endereço eletrônico abaixo.

De nossa parte, valorizamos a exploração dos caminhos para a democratização efetiva do conhecimento científico, por meio, sobretudo, da alfabetização e letramento na linguagem formal da ciência. O que nos importa, nesta pequena coluna virtual, é, tão-somente, postar algumas questões na rede, as quais nos levem a hipóteses produtivas; portanto vamos a elas.

Em que medida é possível falar de democracia do letramento em linguagem científica neste contexto, no qual quase setenta por cento dos jovens, em idade de ingresso na universidade, estão fora da escola e sem estudar? E o que dizer da separação entre uma “formação geral para os filhos da classe dominante” e um “adestramento técnico profissional para os filhos da classe trabalhadora”? Este fato não prejudica o entendimento do que vem a ser ciência, especialmente aos estudantes da classe trabalhadora, a qual toma, como se fosse ciência, o doce licor da técnica profissionalizante? E quando procuramos traduzir um fato científico, de seu jargão especializado para o dialeto popular, não estamos, talvez, fazendo como as políticas educacionais criticadas por Frigotto, ou seja, construindo, também nós, um “castelo de areia”? Não deveríamos, antes, procurar lutar por “fundos públicos para uma escola básica que inclua o ensino médio público, laico, gratuito e universal”? E, por fim, a pergunta que nos inspira a pensar na impopularidade, quando buscamos metodologias de popularização da ciência: não parece que é a própria “precarização geral do ensino no país” o fator indutor da impopularidade dos conhecimentos científicos? São questões provocadoras, mas elas não podem ser silenciadas; pelo contrário, devem circular e movimentar o debate. Pena que, logo de início, pelo menos 70% dos jovens não vão se interessar por elas.

 

Onde encontrar o artigo de Frigotto:

Frigotto, Gaudêncio. Ensino Médio e técnico profissional: disputa de concepções e precariedade; in Le Monde Diplomatique Brasil – Edição 68, Março de 2013. Leia o artigo na íntegra em:

http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1384

27 de Março de 2013 at 8:27 Deixe um comentário

Memória!? O que é isso mesmo?

Prof. Drª Sônia Trannin de Mello

Chamamos memória, uma função mental complexa, que envolve substrato orgânico da mente e seus componentes psíquicos (afetividade, motivação). De acordo com o pesquisador Izquierdo, inicia-se logo após a formação do nosso sistema nervoso, mas torna-se completamente desenvolvida aos quinze anos de idade, de forma que podemos dizer que somos aquilo que recordamos. Uma memória pode ser feita pela repetição ou pela compreensão do que está sendo posto, mas o componente emocional, positivo ou negativo, o estado de alerta e a atenção são fortes moduladores.

A memória pode ser classificada, de acordo com o tempo de duração, em curto e longo prazo, com a função, em memória de trabalho e, de acordo com o seu conteúdo em declarativa e de procedimento. Falaremos um pouco sobre memória de curto e longo prazo. Ambas utilizam as mesmas estruturas nervosas, porém os mecanismos de ação são distintos.

A memória de curto prazo nos permite, por exemplo, lembrar o número de telefone de uma empresa, depois de ter consultado o número na lista telefônica ou na internet. Após a finalização do nosso objetivo – ligar para empresa – o número de telefone, caso não tenha significado importante, será simplesmente descartado. Contudo, em situações onde existe um componente emocional envolvido, um número de telefone pode passar da memória de curto prazo para a de longo prazo sem grandes dificuldades. É o que acontece quando um rapaz interessa-se, realmente, por uma moça e pergunta a ela o número do seu telefone. Dificilmente ele precisará anotar o número em sua agenda, em virtude do importante significado afetivo da informação.

Deste modo, podemos perceber que a memória de longo prazo tem a função de armazenar toda a informação que possuímos e não estamos utilizando, por isso é conhecida como memória permanente ou remota. Para que uma informação seja armazenada na memória de longo prazo deve, primeiro, passar pela memória de curto prazo. Todavia, devemos antes, entender um pouco sobre os neurônios, já que são eles que se conectam permitindo a formação, evocação e modulação das nossas memórias.

Os neurônios, células especializadas em produzir e conduzir energia eletroquímica ou impulso nervoso, são as células do sistema nervoso que nos permitem fazer e armazenar memórias e, posteriormente, recordá-las. Pesquisas demonstram que um neurônio pode receber informações de muitos outros neurônios, mas só pode retransmitir para poucos. Isso ocorre porque os dendritos, prolongamentos responsáveis pela recepção de informações, são numerosos e podem receber de 10 a 100 mil terminais de axônios. Já o axônio, prolongamento responsável pela transmissão do impulso nervoso, é único e pode se ramificar de 10 a 20 vezes.

Funcionalmente falando, temos neurônios sensitivos, que captam estímulos do meio externo e interno e, por meio de seus receptores, os convertem em impulso nervoso, permitindo a interpretação das sensações e percepções. Já os neurônios de associação, que mais se desenvolveram na escala evolutiva, buscam na memória um significado para os estímulos que chegaram ao cérebro nos permitindo compreender e analisar o grau de importância da informação. E, finalmente, os neurônios motores, que são os responsáveis pela envio da melhor resposta, a qual poderá ser elaborada na medula espinal, na forma de um reflexo simples (tirar a mão em virtude de uma espetada com um espinho, por exemplo), ou em nível cortical (avaliar o ferimento e decidir se precisaremos ir ao médico ou não).

A transferência de informações entre esses neurônios é feita por substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores ou neuromodulares (adrenalina, histamina, serotonina, acetilcolina, etc.), que são produzidas no corpo celular dos neurônios. O ponto onde a parte final do axônio se aproxima dos dendritos para que ocorra a transmissão dos sinais elétricos é chamado sinapse. São nas sinapses também que nossas memórias são armazenadas.

Para que uma informação seja incorporada e consolidada na memória de longo prazo, alguns eventos devem acontecer: 1) O córtex cerebral será ativado, por meio das vias sensório-motoras, e selecionará as informações que julgar relevantes; 2) Comparação entre a nova informação e as pré-existentes na memória; 3) Caso seja julgada relevante, a nova informação permanecerá na memória de curto e médio prazo; 4) Durante uma fase do sono, chamada de sono REM, sigla em inglês para rápido movimento dos olhos, o hipocampo, uma estrutura do nosso sistema nervoso, que é responsável pela formação de novas memórias, promoverá o armazenamento em redes de neurônios no sistema nervoso central.

Leituras posteriores, reflexões e discussões com outras pessoas promoverão a consolidação dessa memória. A forma mais prática para avaliar se houve a consolidação é medir sua evocação. A cada lembrança a rede neuronal, que foi formada pelas diversas sinapses sobre o assunto em questão, será ativada, recriada e, consequentemente, reforçada.

Desta maneira, a cada novo estímulo os neurônios, por meio de seus dendritos e axônios, conectam-se formado uma rede ou malha neuronal muito dinâmica e plástica. Eventos externos (metodologia, material didático, professor, temperatura, período do dia, etc.) e internos (cognição, emoção, estado de humor, etc.) chamam e prendem nossa atenção disparando o processo de mobilização de memória e aprendizado. Quanto mais vias neuronais, ou sinapses, forem criadas e utilizadas, mais eficientes se tornam o aprendizado e o pensamento.

Cabe destacar um fator importante da ação de alguns hormônios, que são liberados em condições de estresse, como por exemplo, o cortisol, a noradrenalina e a vasopressina. Em níveis moderados esses hormônios melhoram a consolidação; em doses elevadas inibem provocando o famoso “branco”.

Portanto, como vimos, nossa capacidade de aprender é modulada por inúmeros fatores, todavia, o significado afetivo e uma boa noite de sono permitem rápida mobilização de nossa atenção facilitando a formação das nossas memórias.

Referência bibliográfica

ISQUIERDO, I. Memória. São Paulo: Artmed, 2002.

MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. São Paulo: Atheneu, 2002.

LENT, R. Cem bilhões de neurônios – Conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Atheneu, 2001.

MIRANDA-NETO, M.H., MOLINARI, S.L.; SANT’ANA, D.M. Relações entre estimulação, aprendizagem e plasticidade do sistema nervoso. Arq. Apadec, 6(1): jan.jun., 2002. p. 9-14.

 

26 de Março de 2013 at 9:59 1 comentário

Sobre mágica, semiose e o letramento científico

Mario Donadon Leal

Graduado em Letras pela UEM – aluno de Metodologia da Popularização do Conhecimento Científico

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Imaginem vocês se o apresentador do circo apresentasse o ilusionista assim: “E agora, crianças, o maior mágico do planeta! Ele vai fazer coisas e pessoas aparecerem e desaparecerem, dividirem-se e multiplicarem-se. Vocês verão o mundo se transformar inexplicavelmente, mas não sem explicação, pois o nosso mágico vai revelar para vocês todos os truques… Vocês querem aprender os segredos do mágico?” Claro que as crianças responderiam: “Queremos!” Sabemos que os mágicos fazem do conhecimento um segredo protegido por regras contra a sua divulgação; e isto nos faz refletir sobre a popularização científica: será que a ação dos signos, ou semiose do mágico tem alguma coisa a ver com a popularização da ciência?

Desde o princípio da história cultural existem a mágica e o segredo em torno dela, aliás, grande parte do efeito mágico vem do feito secreto. O mágico não aparece como um ser humano qualquer, sua função é transcender-nos, ou melhor, é a mágica o elemento transcendente, aparece do alto, como um deus ex machina. Esta linguagem secreta, vinda do alto, expressa o dualismo realidade-ilusão; ou seja, os movimentos do ilusionista (significante real) mostram um Ser (significado), mas ocultam o seu equivalente ontológico. Analisemos o trabalho do mágico: com seus movimentos produzindo, secretamente, os significados diferentes, distantes, esquivos ou contrários aos significados esperados pelo público interlocutor, o ilusionista segue conduzindo com habilidade a expectativa da plateia, levando-a ao lugar da surpresa, o ponto em que o efeito máximo é revelado de súbito, sem deixar pistas das causas. Ora, se é assim, então existe entre os conhecimentos do mágico, para além das habilidades de prestidigitador, um específico conhecer científico expresso em sua atuação, mas que ele esconde, por receio de perder as credenciais do país dos magos.

Ninguém deseja, porém, ter este espírito de segredos a perambular pelos laboratórios, uma vez que abraçamos com simpatia a razão democrática de engajamento popular no letramento científico, segundo a qual o princípio a se seguir é o oposto ao do mago dos segredos; é o princípio da circulação do conhecimento entre os agentes sociais, como os educadores, economistas, jornalistas, sociólogos, museólogos, mas também os pedreiros, jardineiros, domésticos etc.

Mas quais são, pelo ponto de vista da semiótica, os melhores pontos de contato entre a mágica, como linguagem secreta, e a ciência, na posição de decifradora daquela? Talvez a ciência possa ser tomada como interpretante privilegiado para uma criança, nas arquibancadas do circo, desejosa de também fazer como o mágico: realizar a diferença no ambiente físico, fazendo emergir a sua própria objetividade. Para ajudá-la nesta realização, observemos a atuação do ilusionista através da lente triangular da semiótica de Charles Sanders Peirce.

Aceitemos, por um momento, o seguinte: 1) o signo é a atuação do mágico, é a expressão ambígua, manifestada por ele nos seus movimentos explícitos, mas ilusórios, ostentados para confundir e dissimular causas ocultas, por debaixo da manga ou da cartola etc; 2) o objeto, correlato ao signo, pode ser simultaneamente lido como o significado (a mágica, o aparecer, o inexplicável) do signo; ou como o efeito de alguma causa determinada, mas encoberta pela relação entre as coisas e o mágico, produtor da ação física ambígua; 3) enquanto o mágico mantém seu conhecimento em segredo, ele neutraliza, ou pelo menos tenta neutralizar, o terceiro elemento da irredutível tríade de Peirce, o interpretante, sendo este elemento necessário e fundamental para a existência das relações de significação entre causas e efeitos; e entre significante e significado [FIG. 1]. Com efeito, a estrutura secreta do mágico visa confundir e neutralizar a possibilidade de interpretação de seu público; e ele consegue essa façanha guardando, em sua própria caixa de segredos, o seu interpretante, ou seja, ele não divulga o seu rol de significados-tipo que abarca, como diz Peirce, “todas as suas óbvias deduções necessárias” (5.165). Bem, tudo isso é do lado do ilusionista, mas o que ocorre do lado da criança?

Como é, segundo o ponto de vista dessa lente triangular da semiótica, que a criança percebe o mágico e sua mágica? É certo que a criança, assim como qualquer ser vivo, realiza-se na experiência, mas quais são as possibilidades de a criança experimentar a sua própria realização, por meio de interações subjetivas com o ilusionista e sua mágica, de modo a compreender o contexto e a condição dos signos colocados em ação?

Se não for depender exclusivamente do ilusionista, que transforma o interpretante num segredo, a criança possui, entre outras, estas alternativas: 1) ela pode interpretar, com seu interpretante particular, a atuação do mágico (signo) e aquele algo inexplicável (objeto) como se fossem uma coisa só, um signo-objeto, ou seja, um ícone [FIG. 2]; 1.1) neste caso, ou ela transforma o ícone em fetiche, passando por cima de qualquer tentativa de interpretar aquela parte inexplicável da mágica, não porque queira, mas porque desenvolve um interpretante fetichista; 1.2) ou ela transforma o ícone em arte, acrescentando uma parte do ponto de vista do mágico à vida, às suas atividades diárias e, assim, por intuição, inventa para si aquilo que Peirce chama de ícone de relação, agindo, ela também, como ícone, ou antes como diagrama do deus ex machina; 2) a criança pode, ainda, buscar os interpretantes disponíveis na família, na comunidade ou na escola, com intuito de desenvolver, com o tempo, seu interpretante especializado; 2.1) ela, assim, pode perseguir com diligência a atividade de mágico e tornar-se no futuro, ela própria, um ilusionista, aceitando as regras de proteção aos segredos da profissão; 2.2) ou ela pode passar a frequentar os ambientes de alfabetização e letramento científico, onde irá aprender a reconhecer, nas impressões explícitas ou implícitas deixadas pelo mágico, aqueles sintomas ou indícios das verdadeiras causas para o efeito espetacular da mágica [FIG. 3].

Eis, então, os nossos dois melhores pontos de contato entre a linguagem secreta do ilusionista e a linguagem coletiva do cientista expressos, aqui, nas alternativas 1.2 e 2.2, sendo que uma alternativa depende principalmente dos talentos da criança; e a outra depende especialmente das políticas de alfabetização e letramento do conhecimento científico.

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Literatura básica

Deely, John. Semiótica básica. São Paulo: Ática, 1990;

Eco, Umberto. Lector in fabula – Leitura do texto literário. Lisboa: Editorial Presença, 1979.

 

Literatura avançada

Eco, Umberto. Tratado geral de semiótica. São Paulo: Perspectiva, 1971;

Peirce, Charles Sanders. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 1977;

Guattari, Félix. Caosmose – Um novo paradigma estético. São Paulo: Ed. 34, 1992, col. Trans.

22 de Março de 2013 at 10:42 Deixe um comentário

O Vilão da História

Bruno Ribeiro Gomes
Acadêmico de Bioquímica e Monitor do MUDI

 

“O Ministério da Saúde adverte: Fumar é prejudicial à saúde”. Essa frase por estar tão presente em nossas vidas acaba sendo negligenciada pela população em geral, por conta disso nunca é demais relembrar dos malefícios que o tabagismo causa à saúde do ser humano. O consumo de cigarro é o principal causador de morte evitável no mundo e é um dos piores problemas de saúde pública enfrentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nas primeiras décadas do século XVI, espanhóis e portugueses trouxeram da América uma erva que já era a muito tempo utilizada pelos nativos em cerimônias religiosas e também como planta medicinal. Tal erva, o tabaco, rapidamente ficou bastante popular entre a burguesia européia. O cigarro já foi sinônimo de glamour, ou seja, de status social, mas curiosamente, um dos principais motivos que levavam as pessoas a fumar era a promessa de uma vida mais saudável. Fora até indicado para tratamento de diversas doenças! Tudo isso fez com houvesse um aumento progressivo de adeptos do tabagismo, surgindo, com o tempo, diversas doenças crônico-respiratórias e vícios relacionados ao tabagismo. A Alemanha de Hitler foi o primeiro país a ser bem sucedido em uma campanha anti-tabagismo, chegando a racionar cigarros entre os soldados, algo inimaginável para a época. O fato de Adolph Hitler detestar o cheiro de cigarro pode ter contribuído para o sucesso da empreitada.

A Nicotina tabacum, planta do tabaco, possui uma das principais substâncias que causa a dependência de cerca de um bilhão e duzentos milhões de habitantes no planeta, sendo que duzentos milhões são mulheres. Atualmente sabe-se que cerca de 4 mil substâncias tóxicas estão presentes no cigarro!

Diversas pesquisas relatam ser cada vez mais precoce o início do vício de fumar e a prevalência do tabagismo em adolescentes – a idade com maior risco de iniciação ao tabagismo é em torno dos 13 aos 15 anos de idade. A região Sul do Brasil, tem a maior média em número de fumantes mulheres, em média 53%, é a única região em que isso ocorre, mas em termos gerais os homens são a grande maioria. Mas o que leva as pessoas a querer experimentar o cigarro? A influência dos pais, o ciclo de amizades e a curiosidade, muito característica nesta faze da vida, leva os adolescentes a experimentar o cigarro e dele tornam-se dependentes. Outra pesquisa (efetuada pelo INCA) também mostrou que a concentração de fumantes é maior entre as pessoas com menos de oito anos de estudo do que entre pessoas com oito ou mais anos de estudo. Esses dados sugerem que, apesar de ter ocorrido uma expressiva redução do consumo de tabaco no Brasil nos últimos 15 anos, as populações de menor escolaridade parecem estar mais vulneráveis do que as populações mais instruídas às estratégias de mercado que favorecem a iniciação e a manutenção do consumo do tabaco (BREVE HISTÓRIA DO CIGARRO, s.d).

No Brasil o vício em Nicotina, sustenta 30,6 milhões de dependentes. 13% das mortes no país podem ser atribuídas ao tabagismo. Caso não esteja satisfeito, os usuários que consomem cigarro todos os dias, ao final do ano, eles já gastaram cerca de R$950,00, segundo a revista Galileu. No ranking mundial de países com maior número de fumantes o Brasil encontra-se em 74º lugar. Os cinco primeiros, respectivamente, são: Grécia, Slovênia, Ucrânia, Bulgária e República Tcheca.

No MUDI, com a abordagem de peças anatômicas danificadas em função de doenças influenciadas pelo fumo, despertam interessa da população fumante e não fumante para este tema.

13 de Março de 2013 at 10:40 Deixe um comentário

Mulheres e Ciência

Aline Rosa Trevizan

Mestranda do Programa de Biociências aplicadas à Farmácia

A ciência e a mulher? Essa relação se torna cada vez mais comum, graças a atuação exemplar das mulheres nas diversas áreas do conhecimento, antes dominadas apenas pelos homens. Mas nem sempre foi assim, elas nem sempre foram reconhecidas pelos seus feitos, em outras épocas muitas delas ficavam a margem da sociedade científica. Apesar da falta de reconhecimento, o envolvimento da mulher na ciência data desde as civilizações antigas, com registros de médicas “curadoras” na Grécia Antiga. Também nesse período, as mulheres já influenciavam com suas teorias em matemática, física, química, astronomia, filosofia, entre outros. Exemplos são Maria, a Judia, que inventou equipamentos para a química, como o banho Maria, e Hipátia de Alexandria que desenvolveu um instrumento para destilar água, além de escrever textos importantes sobre álgebra e astronomia, bem como tantas outras que poderiam ser listadas aqui. Você já ouviu falar dessas mulheres? Pouco da participação feminina foi divulgado, mas o instinto feminino sempre esteve presente na ciência!

Na Idade Média o estudo universitário era restrito a poucas mulheres europeias, no entanto inúmeros textos sobre obstetrícia e ginecologia foram creditados a mulheres que conseguiam fazer um curso de medicina. Locais que ofereciam estudo a muitas mulheres nessa época eram os conventos medievais, que proporcionavam condições para diversas mulheres contribuírem para a pesquisa acadêmica. Um exemplo dessa contribuição foi Hildegard de Bingen que surgiu em um desses conventos e escreveu livros de botânica e medicina, além de ser altamente reconhecida no seu exercício médico. Existiram ainda mulheres em muitos outros ramos da ciência, sim, a mulher desde muito tempo atua na matemática, na informática, na cosmética, na física, na agronomia, na pediatria, enfim em todas as áreas do saber.

Mulheres, tão meigas e ao mesmo tempo intrigadas com as mudanças do mundo. No começo eram restritas a serem donas de casa, mães e esposas. O preconceito foi muitas vezes um empecilho na sua caminhada, mas com força e instinto feminino conquistou seu espaço em todos os locais. Hoje mulheres atuam em pesquisas renomadas encabeçando grupos de pesquisa pelo mundo inteiro. Atualmente mulheres são premiadas pelo mundo por seus trabalhos científicos que estimulam o bem estar e o desenvolvimento da população. No entanto, muito ainda deve mudar com relação ao reconhecimento da mulher na ciência, apenas dez por cento dos contemplados com o prêmio Nobel são do sexo feminino. Mais isso tem mudado, existem prêmios específicos para as mulheres que se destacam na ciência, além delas estarem cada vez mais presentes em prêmios antes dominados pelo sexo masculino. O nível de escolaridade da mulher também tem aumentado a cada dia no mundo e também a sua procura pela pesquisa, sendo que cada vez mais as mulheres ocupam cadeiras universitárias em áreas diversas, atuam até mesmo nas engenherias, sendo estes os últimos cursos majoritariamente masculinos nas últimas décadas.

Dia 08 de março, dia da mulher, nada mais justo não é mesmo! Afinal a mulher continua a exercer os atributos naturais que a competem, mas através de muitas lutas por seu espaço, estão presentes no mercado de trabalho, na ciência e na pesquisa. A ciência e a mulher: ambas são femininas e evoluem juntas, a pesquisa sempre precisará da docilidade, do dinamismo, da força e da coragem de uma mulher! Parabéns Guerreiras!

8 de Março de 2013 at 10:27 Deixe um comentário

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